domingo, 11 de maio de 2014

Oh happy day!

A Tété e o Jack casaram ontem.
 
Já fui a muitos casamentos (entre família, amigos e como coro). Já vi noivos felizes, noivos nervosos, noivos hesitantes, noivos emocionados, noivos eufóricos. Mas não me lembro de alguma vez ter visto tanto amor e tamanha cumplicidade entre dois noivos como vi ontem.
 
Tem qualquer coisa de mágico, ter a sorte de presenciar isto.
 
Um casamento de sonho, foi o que foi. Nada de castelos, fogo de artifício e cornetas a tocar. O mundo não parou por causa deles. Mas o meu tempo parou. De todas as vezes que olhava para eles, o tempo parava. Tão bonita, a maneira como olham um para o outro. Tão bonita, a maneira como gostam um do outro.
 
Sou pouco dada a coisas românticas, embora goste de gestos simbólicos e dê muita importância a pequenos pormenores. Mas aqueles dois derretem este coração empedernido :)
 
E assim lá vão eles, de mão dada como sempre, agora de aliança no dedo. É reconfortante sabê-los lá longe mas felizes, unidos, a cuidar um do outro.
 
Pudesse eu exprimir em condições como estou feliz por eles! Não só pelo casamento, mas por serem meus amigos e por os ver a serem abençoados com estas alegrias e estes sonhos a serem realizados. Conseguisse eu ser menos envergonhada e dizer-lhes a verdade: "Epá, gosto mesmo de vocês!" :)
 
Parabéns!

sábado, 19 de abril de 2014

1, 2, 3... 28, 29.

Por alturas do meu aniversário, lembro-me sempre dos que já partiram.

Não tem nada de mórbido.

É que o meu aniversário representa para mim uma celebração genuína da vida; é por isso que não me importo de fazer anos, e consequentemente, ir envelhecendo aos pouquinhos. É claro que gostava que o tempo andasse mais devagar e de permanecer jovem para sempre, mas a verdade é que cada ano a mais que conto é uma vitória! Mais um ano que cá estive, melhor ou pior! E quantos amigos, familiares, conhecidos, não viram ser-lhes roubada essa oportunidade? É por isso que me lembro sempre dos que já faleceram. E também porque gostava que estivessem cá para festejar comigo, especialmente alguns.

Não estando, celebremos nós, os vivos. Celebremos com esses tais que já cá não estão, mantendo-os vivos no pensamento (e no coração). Celebremos tudo o que nos foi dado, esta vida cheia de alegrias e bolas curvas!

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Le cadeau

E depois uma pessoa chega a casa ao fim de um dia a roçar o mau, abre a caixa do correio para ver se lá está a conta da água e dá com um envelope com as moradas escritas à mão, numa letra muito direitinha, e com um avião no selo.
 
 
E lá dentro vinha isto:
 
 
 
E depois uma pessoa pensa que há coisas simples que fazem esquecer as complicadas, que a distância não vale nada quando as pessoas gostam umas das outras e que há aqueles amigos especiais que, sem saberem, chegam sempre nos momentos em que mais precisamos deles.

Gosto mesmo de vocês, T. e D.

Obrigada!


terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Último dia de 2013

Diz que hoje é dia de retrospectivas, por isso vamos lá.

Este ano de 2013 foi um ano de mudanças para mim. Este ano larguei os recibos verdes e assinei um contrato de bolseira de investigação (e nem acredito que só faltam 3 meses para acabar...), o que me trouxe uma estabilidade financeira relativa (relativa porque tem prazo de validade), com mais uns trocos na carteira que me permitiram fazer outras mudanças. A mais importante foi a mudança de casa. Esperei pacientemente por ter como viver sozinha, e este ano lá consegui isso. E é tão bom ter o meu cantinho (pequenino como eu).

Em 2013 fiz um workshop de fotografia óptimo e relembrei como é bom ter alguém a ensinar-nos como fazer as coisas (gostava de ser mais autodidata, mas infelizmente dá-me a preguiça). Como em qualquer boa aula, não relembrei e aprendi só os aspectos técnicos. Despertou-me a sensibilidade para algumas coisas nas quais não tinha pensado ou em que não tinha reparado.

Depois, fui sentir um cheirinho do que é ser peregrino no caminho de Santiago, isto aliado à fotografia. Do grupo, conhecia o "guia" (tem piada chamar-lhe guia :) eheh). Era a mais nova e a mais calada. A mais diferente, talvez. E já contava com isso e fui mesmo assim. Só para ver se não ficava ansiosa por ir com desconhecidos. E a verdade é que não me senti sozinha mas a faceta solitária da coisa permitiu-me focar facilmente na fotografia e no caminho, que era mesmo o que queria. Uma experiência intensa a vários níveis! Tanto que no final, com alguma pena minha, nem fui capaz de dizer o que tinha gostado mais. É que eu não queria dizer-lhes que uma das coisas melhores tinha sido presenciar aquele abraço repentino, porque senti que aquele momento não me pertencia, de tão sentido que foi para os intervenientes. Também não arranjei maneira de explicar como tinha sentido avassaladora aquela vontade de me pôr a caminho. Ou como acabou por ser engraçado dizer tantas vezes "Tens um lugarzinho guardado no céu para ti!". Ou que o melhor foram mesmo as pessoas, mesmo nos momentos menos bons, mesmo as pessoas desconhecidas. Guardei tudo (ou quase tudo) para mim, como é costume, porque o novelo de emoções era grande e eu não soube deslindá-lo friamente. Paciência. Gosto de pensar que alguma coisa transpareceu na maneira como olhava para as coisas :) Agora, estou pronta para repetir, sozinha ou acompanhada :)

Também fui a Londres este ano, que era viagem que queria fazer há muito tempo. Foram só 4 dias, passou a correr, mas foi mesmo muito bom e em boa companhia. É uma cidade incrível, onde sem dúvida quero voltar.

Em 2013 tive notícias boas. Coisas que deixaram as pessoas de quem gosto felizes. Ou que vão deixar ;)

Em 2013 também tive momentos maus. Aqueles de fúria, irritação e cansaço. Notícias más também. Pessoas chatas na minha vida, dias tristes.

Este ano também foi um ano de me empedernir em alguns aspectos. Para não me cansar mais, só isso. Esta coisa de viver as emoções intensamente cansa, sabem? :P Às vezes é preciso fazer um esforço para relativizar, para não deixar que as coisas tenham tanta importância. Para encontrar mais facilmente a paz de espírito, sobretudo. Para fazer as pazes com Deus, connosco e com os outros.

No geral acho que foi um ano bastante bom. Para 2014 peço o que pedi no ano passado: saúde para mim e para os que me são queridos. O resto, virá a seu tempo :)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Alegria

O dia chega ao fim e de regresso a casa vou a pensar nas coisas que aconteceram nos últimos tempos. Entretanto até já começo a imaginar outras coisas que virão e fico ainda mais animada. Notícias boas e momentos felizes lembram-nos outros momentos felizes, numa cascata de alegrias :)

Recordo por exemplo o pequenino duende de Natal, tão fofinha com a sua golinha branca, a fazer mais uma brilhante apresentação (a mais importante!) para todos nós. Saiu-se bem, pois claro :) O sorriso rasgado quando soube a nota que teve e os olhos muito brilhantes quando lhe cantámos os parabéns de surpresa, com bolinho e velas e tudo, e eu a pensar "ai o raio da pequena que vai chorar e depois eu não me aguento!".

Prendas de Natal são isto. São as alegrias daqueles de quem gostamos que se transformam nas nossas alegrias e nos fazem considerar que tivemos um dia bom porque os amigos tiveram um dia bom. Assim é fácil ter uma vida cheia. Acho que é aqui, neste entrelaçar, que reside o princípio da alegria. Porque aqueles que gostam de alguém, que têm amigos e família de quem gostam muito, partilham as vitórias dessas pessoas como se fossem suas. A minha vida até pode ser uma pasmaceira, mas se as vidas das pessoas de quem gosto forem sendo preenchidas com coisas boas, certamente sentirei que a minha vida também é boa (e sinto).

Não, a vida não é boa todos os dias. Não, não consigo sentir isso todos os dias e vou tendo horas cinzentas de vez em quando. Volta e meia ponho a carapaça (que eu sou bichóloga, portanto não tenho armadura, tenho carapaça), fecho a cara (e o coração) e ninguém me atura, nem eu própria me aturo. Mas caramba, estou cá e estou agradecida e dias cinzentos não fazem uma vida cinzenta!



sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Não vale a pena.

Há coisas que não valem a pena.

Há pessoas que não valem a pena.

Há esforços, tempo, energia despendida que não valem a pena.

Há medos que não vale a pena respeitar, dúvidas que não vale a pena manter, novidades que não vale a pena saber, perguntas que não vale a pena fazer, respostas que não vale a pena dar.

Quantas vezes nos roemos por dentro com aquilo que estamos a pensar? Quantas vezes não conseguimos afastar aquele pensamento, aquela sensação? Quantas vezes nos deixamos consumir pelas coisas? De que valem, algumas? Valem a pena o desgaste? Algumas certamente que não.

Há coisas que não vão ser como queríamos, dias que não vão correr como esperávamos, gestos que vão dar para o torto.

É preciso saber desistir de algumas coisas boas e tentar desistir de todas as que são más. Fechar os olhos, deixar correr o tempo, ter paciência, ter generosidade para compreender que algumas coisas são como são e pronto. Respirar fundo e tentar, tentar, tentar...

Há batalhas que não vale a pena travar, chatices que não vale a pena ter, embirrações que não vale a pena manter.

Há sentimentos com os quais não vale a pena poluir o coração.

sábado, 21 de setembro de 2013

Os olhos dele

Não têm uma cor fora do vulgar nem uma forma exótica. Não, os olhos dele são bonitos mas não têm nada de transcendente, analisando-os fisicamente. É a forma como os usa que me fascina. É mesmo o olhar. Num homem profundamente ligado à imagem em quase todas as suas vertentes, seria de esperar um olhar escrutinador ao aspecto físico das coisas e das pessoas. Mas não. Quando olha para mim, é como se tentasse ver-me por dentro. Como se tentasse tirar uma radiografia ao que eu sou.

Ele não consegue ver-me, apesar de tentar. Eu sei, e penso que ele deve saber que não está a conseguir ver tudo. No entanto, há demasiado no mundo dele para que isso o apoquente. Ainda bem. Até porque não é só para mim que ele olha desta forma. O que é mesmo incrível é precisamente isso: esse interesse genuíno pelo âmago do outro, essa vontade e capacidade de ver para além do óbvio, de tentar ver o que não é óbvio, esse observar utilizando novas perspectivas.

Os olhos dele sorriem inteiros quando ele sorri. Os olhos dele olham com curiosidade de menino e compreensão de homem. Os olhos dele olham para o mundo como se quisessem partilhar o que vêem com todos nós.