sábado, 21 de setembro de 2013

Os olhos dele

Não têm uma cor fora do vulgar nem uma forma exótica. Não, os olhos dele são bonitos mas não têm nada de transcendente, analisando-os fisicamente. É a forma como os usa que me fascina. É mesmo o olhar. Num homem profundamente ligado à imagem em quase todas as suas vertentes, seria de esperar um olhar escrutinador ao aspecto físico das coisas e das pessoas. Mas não. Quando olha para mim, é como se tentasse ver-me por dentro. Como se tentasse tirar uma radiografia ao que eu sou.

Ele não consegue ver-me, apesar de tentar. Eu sei, e penso que ele deve saber que não está a conseguir ver tudo. No entanto, há demasiado no mundo dele para que isso o apoquente. Ainda bem. Até porque não é só para mim que ele olha desta forma. O que é mesmo incrível é precisamente isso: esse interesse genuíno pelo âmago do outro, essa vontade e capacidade de ver para além do óbvio, de tentar ver o que não é óbvio, esse observar utilizando novas perspectivas.

Os olhos dele sorriem inteiros quando ele sorri. Os olhos dele olham com curiosidade de menino e compreensão de homem. Os olhos dele olham para o mundo como se quisessem partilhar o que vêem com todos nós.

2 comentários:

Tété disse...

:)

Inês Rosa disse...

Olha que isto bate certo com a ideia de uma pessoa que eu cá sei... Olha que bate mesmo certo :P